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A mostrar mensagens de março, 2021

Sub-21: "diamantes" em perfeita sintonia

  Mas que grande fase de grupos da selecção sub-21! Uma jornada tripla imaculada, com 6 golos marcados e 0 sofridos é (apenas) consequência da forma como Rui Jorge transformou um conjunto de jogadores muito talentosos num colectivo que se associa quase na perfeição. Todos os jogadores têm tido um rendimento elevado, mas alguns têm apresentado um nível impressionante, como Vitinha. Estatisticamente não impressiona (nestes 3 jogos nenhum golo e apenas 1 assistência, para o golo inaugural frente à Suiça), mas quase todo o jogo passa por este médio, um jogador diferenciado sobretudo pelo critério nas suas decisões com bola e inteligência com que se movimenta sem ela. Pela maturidade precoce (como atesta o currículo que já apresenta) e por não ser um habitual titular no seu clube (os únicos que têm tido esse protagonismo são Diogo Queirós, Thierry Correia, Filipe Soares, Pedro Gonçalves e Tiago Tomás), representa na perfeição a maioria dos jovens desta geração. Se todo este potencial não

Otávio: de inconsistente a preponderante no FC Porto

  Depois de épocas com relativa inconsistência nas suas exibições, desde a temporada passada que Otávio Monteiro é um dos melhores jogadores do actual FC Porto . Cada vez mais assertivo na tomada de decisão, raramente se esconde do jogo, conduzindo em velocidade e executando com qualidade no cruzamento, no último passe (corredor central) ou finalizando ele próprio (sobretudo dentro da área). A tudo isto tem acrescentado, ao longo das últimas épocas, uma invulgar capacidade de pressionar alto, nomeadamente na reacção à perda de bola, sendo um dos principais recuperadores. Tacticamente evoluído, a sua versatilidade permite-lhe actuar em qualquer dos corredores no último terço, mas é na posição 10 que exponencia as suas qualidades. A sua renovação de contrato é uma excelente notícia para os azuis e brancos, não só pela eliminação do risco de o ver sair sem qualquer compensação financeira, mas também pela preponderância (pelo menos) no modelo de jogo preconizado por Sérgio Conceição .

Ivo Vieira com engenho para recolocar Famalicão no bom caminho

  Ivo Vieira teve uma entrada em força neste Famalicão! É sempre difícil "pegar" numa equipa na recta final da época com o objectivo de mantê-la no escalão máximo do futebol português, apesar do plantel de qualidade à disposição. O treinador introduziu alguns ajustes relevantes, como o regresso ao 4-3-3, a estabilização do onze e a titularidade de Anderson Oliveira mas, tão ou mais importante, foi a celeridade com que injectou garra e confiança na equipa. A dupla Gustavo Assunção e Diogo Figueiras (que se fixou no onze) tem sido fulcral, com o primeiro a equilibrar defensivamente e libertando o segundo para incursões ofensivas, em simultâneo com Rúben Vinagre no flanco oposto. E ainda há trunfos como Bojidar Kraev e Fernando Valenzuela. por explorar. Não me parece que Jorge Silas tivesse sido uma má escolha, até porque preconiza uma matriz de jogo dentro do que os famalicenses privilegiam, mas perante uma conjuntura anímica tão delicada, é fundamental que um treinador tenha

Gil Vicente ao ritmo de Lucas Mineiro

Depois de um bom início de Ricardo Soares , o emblema de Barcelos teve uma quebra de rendimento que o fez cair em zona perigosa da tabela classificativa. Essa fase coincidiu com o momento menos positivo de Lucas Mineiro , o jogador mais influente desta época no Gil Vicente. Ultrapassado esse ciclo, está a voltar à boa forma, contagiando toda a equipa com a sua dinâmica. Quer em jogos contra "grandes" ou equipas teoricamente superiores (como o Vitória de Guimarães), quer nos duelos contra adversários directos na luta pela manutenção (como o Nacional), tem sido absolutamente decisivo, nomeadamente pela sua capacidade em pressionar alto, qualidade no último passe e jogo aéreo ofensivo. Aos 25 anos, tem qualidade técnica para atingir um patamar superior, e um remate de meia-distância que pode ajudar a desbloquear jogos.

Quartos-de-final da Liga dos Campeões

Estão encontradas as oito equipas que chegam aos quartos-de-final da Liga dos Campeões . Apenas o FC Porto conseguiu surpreender verdadeiramente, o que comprova a prestação épica com que eliminou a Juventus de Cristiano Ronaldo, Dybala, Chiesa, Morata e companhia. A Bundesliga volta a colocar duas equipas nesta fase, desta vez o Leipzig de Julian Nagelsmann não conseguiu surpreender a Europa e é o Borussia Dortmund (que bateu o Sevilha, vencedor da Liga Europa) que acompanha o actual campeão FC Bayern Munique . Não fazendo melhor do que a Liga NOS, La Liga e a Ligue 1 ficam, desta feita, com apenas um representante (o Atlético provou do seu próprio "cinismo", o Barcelona confirma o fim de uma era e o Lyon nem sequer chegou aos oitavos), mas quer Real Madrid (pela classe do seu plantel) quer PSG (agora com Mauricio Pochettino a comandar Mbappé , Neymar e companhia) são sérias candidatas ao título europeu. Além da portuguesa, só a Premier League melhorou a sua represe

Diogo Gonçalves: melhor lateral-ofensivo do SLB desde Nélson Semedo

Desde a saída de Nélson Semedo que o Sport Lisboa e Benfica não apresentava no seu plantel um lateral-direito num estádio de desenvolvimento que o permitisse afirmar-se como desequilibrador a "tempo inteiro", dentro do elevado volume ofensivo que tem feito parte da matriz de jogo dos encarnados, sobretudo com Jorge Jesus . As contratações de Mato Milos e Tyronne Ebuehi não resultaram, embora não tenham tido grandes oportunidades no clube, sem que o croata se tivesse sequer estreado oficialmente e o nigeriano, que até teve um início promissor, sem voltar a jogar pelos encarnados depois da grave lesão que sofreu pouco depois da sua estreia. Patrick Vieira e Corchia foram as aquisições que fizeram mais sentido, com o brasileiro (completamente identificado com o futebol português) a ser uma boa ideia para compor o plantel face ao binómio qualidade-preço, e o francês com um estatuto bastante no seu país, que lhe permitiu chegar ao Sevilha , reputado a desenvolver jogadores n

McKennie: o médio mais desigual da Juventus

  Eliminada nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões e a 10 pontos (com menos um jogo) da liderança na Serie A , a eneacampeã Juventus está a ter uma época aquém das expectativas. O momento aconselha a uma redefinição de objectivos, até porque a Vecchia Signora está na final da Taça de Itália e, apesar de difícil, ainda é possível vencer o campeonato. O primeiro passo para Andrea Pirlo é reformular o onze, criando novas dinâmicas associativas com base nas melhores individualidades ofensivas: Paulo Dybala, Federico Chiesa, Cristiano Ronaldo e Á lvaro Morata. Não menos importante é, a meio-campo, privilegiar os elementos que melhor se complementem e, ao mesmo tempo, equilibrem a equipa em organização e transição defensiva. De entre tantos médios de qualidade, Weston McKennie parece o menos incompleto, o que melhor interpreta o papel de box-to-box de que a equipa necessita, com rasgo e velocidade (de deslocamento e execução) nas acções ofensivas e intensidade no momento da recu

Rodrigo Pinho: de flop até uma equipa de top nacional

Num dérbi madeirense entre rivais que esta época lutam pela manutenção, Rodrigo Pinho fez o bis que permitiu a reviravolta no marcador e uma importantíssima vitória. Regressado de lesão na jornada anterior, rapidamente voltou a ser decisivo no  Marítimo , clube que o catapultou para um patamar de evolução que, quando no Sp. Braga, poucos lhe perspectivariam. Ao longo destas quatro épocas nos verde-rubros ficou patente a sua qualidade técnica muito acima da média, mas faltava-lhe maior eficácia na finalização. Esta temporada, finalmente, disparou a sua média de golos, sendo que grande parte dos seus tentos tem tido uma influência crucial para não deixar que a equipa se afunde em termos pontuais, apesar da posição delicada que ocupa na tabela classificativa. Esta evolução num aspecto (quase sempre) crucial para um ponta-de-lança valeu o interesse de clubes de maior prestígio e objectivos, tendo o  Benfica  alegadamente batido a concorrência pela sua contratação, que ocorrerá em 2021/22.

O Sérgio Oliveira menos inconsistente de sempre

Intimamente ligado à épica eliminação da Juventus, oscila entre acções erráticas e participações decisivas, muitas vezes numa mesma partida, o que faz com que não seja um jogador consensual para a crítica e até para os adeptos. A ascensão meteórica que levou Sérgio Oliveira a uma até então inédita cláusula de rescisão de 30 milhões de euros elevou as expectativas sobre si a um nível prejudicial, mas não teve problemas em começar "do zero" e, mesmo depois de regressar "pela porta grande", sair da sua zona de conforto para poder ter tempo de jogo. Nesta terceira vida no plantel principal dos azuis e brancos, sobretudo após a saída de Danilo Pereira , assumiu definitivamente o papel de protagonista, partindo de uma posição recuada do meio-campo, mas tendo mais liberdade do que Uribe (um 8 recuperador que tem evoluído na missão mais de cobertura que Sérgio Conceição lhe tem pedido) para aparecer no último terço, onde faz a diferença com as suas aberturas em forma de pa

Travar Morata pode ser decisivo para ultrapassar a Juventus

  Depois de ter vencido a Vecchia Signora pela primeira vez em toda a sua história, o FC Porto tem agora uma missão ainda mais difícil para eliminar os italianos da Liga dos Campeões . Poupado no último jogo da Serie A , grande parte das expectativas recaem sobre o estratosférico Cristiano Ronaldo , ainda por cima pela forma como se supera nestes jogos. No entanto, o jogador mais decisivo nos últimos dois jogos da Juventus foi Á lvaro Morata. Depois de ter desbloqueado a partida em Spezia, o internacional espanhol esteve em todos os golos no duelo frente à Lazio, com 2 tentos e uma assistência, permitindo a Andrea Pirlo poupar CR7 a tempo inteiro. Apesar disso, não se trata propriamente de um goleador, antes um avançado a toda a largura do ataque, muito difícil de marcar e com recursos técnicos que lhe permitem finalizar de qualquer forma e enquadramento. Por muitos subvalorizado, fez boas temporadas no Real Madrid e no Atlético de Madrid, mas é na Juve que tem encaixado na perfei

Gerrard comanda Rangers ao título escocês

O Rangers sagrou-se campeão nacional escocês. Apesar de se tratar de um campeonato tradicionalmente bipolarizado, a verdade é que a hegemonia do Celtic já durava há 9 épocas consecutivas! Em 2018, Steven Gerrard pegou numa equipa que só dois anos antes tinha regressado ao primeiro escalão, depois de o Glasgow Rangers que lhe deu origem ter sido despromovido em 2012. Desde então, foi melhorando a equipa de forma criteriosa, beneficiando da proximidade ao seu clube de sempre ( Liverpool ) e do conhecimento da Premier League para garantir alguns jovens e excedentários com qualidade para se destacar no contexto escocês. Jogadores como Ryan Kent, Connor Goldson, Leon Balogun ou Jermaine Defoe entraram nessa lógica, tendo sido importantes para elevar o nível, mas o destaque vai para a época absolutamente fabulosa do lateral-direito James Tavernier , o melhor... marcador da equipa até ao momento, somando ainda 9 assistências, para uma participação global em 20 golos. No ataque, o habitua

Koeman à procura de estabilizar o Barcelona

Longe de convencer, Ronald Koeman parece pelo menos estar a estabilizar o Barcelona com a mudança para 3 centrais, o que tem permitido reforçar um eixo defensivo que vinha apresentando um rendimento aquém do esperado e que protege melhor as incursões de Jordi Alba e Sergiño Dest . O crescimento de Frenkie de Jong é uma das melhores notícias para o futuro próximo dos catalães, mas há ainda vários jogadores que podem revitalizar este gigante adormecido, sobretudo os médios Miralem Pjanić , Riqui Puig e Philippe Coutinho. Os blaugrana vão numa ainda curta mas importante série vitoriosa, que permitiu aproximá-los de pelo menos um dos rivais de Madrid e, antes disso, uma reviravolta na eliminatória ante o Sevilha (após prolongamento) na Taça do Rei . Em vésperas da segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões , o Barça conseguiu um elã que faz os seus adeptos acreditar na reedição da épica "remontada" de 2016/17, cuja desvantagem que levaram para o jogo decisivo até

FC Porto em ciclo decisivo da temporada

A eliminação da Taça de Portugal e até o empate caseiro no recente Clássico resultaram de uma boa dose de infelicidade, mas nem só a aleatoriedade explica a época irregular dos azuis e brancos. Desde logo, a política de contratações teve um critério ambíguo, pelos vários tipos de mercado, momento da carreira e perfis dos jogadores. Apenas Taremi está a corresponder plenamente às expectativas mas poucos têm tido tempo de jogo suficiente para evoluir no contexto da equipa, mesmo os que (como Felipe Anderson ou Evanílson) deram respostas positivas, nos escassos minutos de utilização de que dispuseram. Cláudio Ramos e Carraça são o exemplo máximo disso mesmo, com o internacional português ainda sem qualquer jogo na equipa principal e o versátil ex-Boavista (a mais surpreendente das aquisições desta época) com apenas uma partida realizada, onde até deixou boas indicações. Além da discutível gestão do plantel, foram ficando evidentes desequilíbrios na sua constituição, sem que tenha sido a

Al Musrati fundamental para levar o Sp. Braga à final da Taça de Portugal

  A exibição cerebral de Lucas Piazon e a destreza de Abel Ruiz na finalização constituíram a face mais visível da incrível vitória bracarense no Estádio do Dragão, mas houve um artífice discreto absolutamente fundamental: Al Musrati. A aquisição do líbio no início de época causou surpresa, sobretudo pela forma como o arquirrival Vitória de Guimarães permitiu a sua saída sem qualquer compensação financeira. Alheio a isso, Carlos Carvalhal conhecia bem as qualidades do jogador, seu habitual titular no Rio Ave , durante a época transacta e pediu ao novo clube para avançar para a sua contratação. Sendo um médio que parte de posição recuada, é na transição e organização ofensiva que mais se destaca, sendo muito inteligente na tomada de decisão e, como Carvalhal frisara numa entrevista ao Canal 11 na pré-temporada, fora do comum pela capacidade de passe vertical. Esse aspecto do seu jogo esteve bem patente nesta eliminatória, nomeadamente no segundo golo desta segunda mão, onde se sur

Gareth Bale de regresso ao mais alto nível?

  Que soberba exibição de Gareth Bale no último jogo do Tottenham ! Mostrando uma disponibilidade anímica e uma forma física como há muito não se lhe via, inspirou a equipa para o regresso às vitórias na Premier League com uma fabulosa assistência e dois golos, um deles bem ao seu estilo: condução veloz, drible assertivo e remate cruzado, forte e colocadíssimo. Antes deste regresso aos Spurs, foi falado para o Manchester United , onde me parecia fazer mais falta, mas optou por voltar ao clube do seu coração, onde é acarinhado como um dos melhores da história, uma decisão que fez todo o sentido até pelo contexto mais favorável para a sua reabilitação. Desdenhado por alguns, adorado por outros, a verdade é que se trata de um fora-de-série e o (bom) futebol precisa dele no seu melhor. Esperemos que este bom momento seja sustentável e constitua um regresso definitivo ao topo...