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Risco calculado frente à Coreia do Sul na preparação dos oitavos

 



Na perspectiva da última jornada da fase de grupos do Mundial 2022, já com a selecção apurada para os oitavos-de-final, Fernando Santos optou por rodar mais de meia equipa titular frente à Coreia do Sul.

Quem me conhece sabe o muito que me separa das ideias do seleccionador nacional, mas esta foi uma medida que me fez todo o sentido, tendo sido algo para o que aproveitaram os restantes já qualificados: Brasil e França.

Todos tiveram o mesmo resultado, ou seja, derrota no terceiro e último jogo, o que nos leva a questionar se, tendo em conta o desvirtuar do futebol colectivo das equipas, não faria sentido ir mais longe e introduzir mais alterações, dando oportunidade a mais jogadores, que podem ser necessários ou, pelo menos úteis mais à frente na competição.

No caso de Portugal, pareceu-me um risco manter Rúben Neves, ele que - juntamente com Cristiano Ronaldo - foi dos elementos com menor rendimento frente aos sul-coreanos, o que reforça a tese de que nem sempre são os menos utilizados a hipotecar as chances de vitória neste tipo de partidas.

Considero, até, que os até então suplentes Diogo Dalot e Vitinha foram das melhores individualidades, tendo ganho fôlego na luta por um lugar na equipa principal no próximo jogo. O médio por quem passa quase todo o jogo do colosso PSG confere qualidade de circulação e tomada de decisão à zona intermediária, libertando Bernardo Silva para zonas de definição, enquanto que o inclusão do lateral permite a João Cancelo passar para o flanco oposto, onde tão bem tem evoluído no Manchester City, mitigando a perda de Nuno Mendes para o que resta deste Mundial.

Voltando ao último jogo, os lances dos golos adversários patentearam dois dos principais problemas desta equipa das quinas: bolas paradas - defesa e ataque - e transição defensiva, o que se torna paradoxal se olharmos à ideia de jogo preconizada por Fernando Santos.

O alerta a que este se referiu na conferência de impresa final deve mesmo ser interiozado, até porque o próximo oponente, a Suíça, explora muito bem ambos os capítulos. Os helvéticos, sendo uma selecção ao nosso alcance, em termos de qualidade individual, mas por outro lado são um dos conjuntos mais competitivos em prova...