Avançar para o conteúdo principal

A marca de Rúben Amorim

Sempre defendi que o treinador é o principal responsável pelo sucesso e o insucesso de uma equipa.

Rúben Amorim tem uma marca indelével no sucesso nacional desta versão do Sporting Clube de Portugal, não só no campeonato como na Taça da Liga.

Não sei até que ponto o presidente e/ou o director-desportivo (teoricamente deveria ser o decisor máximo nesse capítulo) tiveram influência nas contratações, mas o técnico terá sido fundamental para algumas delas, nomeadamente a aposta em Paulinho.

O seu sistema preferencial 3-4-3 assentou muitíssimo bem nas características dos jogadores à sua disposição, com destaque para Sebastián Coates, certamente candidato a MVP desta Liga NOS.

O central uruguaio é o patrão de um eixo defensivo que não impressiona no capítulo individual mas colectivamente, com o precioso auxílio do "pronto-socorro" João Palhinha, tornou-se praticamente impenetrável.

Quando não o foi, Antonio Adán (que no início da época estranhei ter ganhado o lugar a um Luís Maximiano que tinha correspondido perfeitamente) foi quase sempre decisivo, usando a sua classe e experiência para transmitir a serenidade necessária aos seus colegas.

As flechas Nuno Mendes (mais associativo) e Pedro Porro (mais vertical e incisivo) têm liberdade para percorrer a totalidade do seu flanco, o português com um talento de projecção mundial e o espanhol muito forte mentalmente, aparecendo sobretudo nos momentos cruciais, com golos (até de livre) e assistências.

Importante em muitos momentos foi também controlo com bola de João Mário, que raramente falha um passe, e a intensidade táctica de Matheus Nunes, maioritariamente como trunfo a partir do banco, com simplicidade de processos e muito oportuno a definir, resgatando 4 pontos em confrontos directos com Benfica e Braga.

Pedro Gonçalves
soube impor o seu jogo a partir de uma ala, fugindo à marcação e aparecendo sempre enquadrado com a baliza, tendo sido o jogador mais influente no período em que os leões chegaram à liderança e no que se seguiu, em que sobreviveram à perseguição inicial, alargando a margem para os rivais.

Apesar de não terem sido protagonistas, destaco ainda Jovane Cabral e Tiago Tomás, o primeiro como "arma secreta" com grande apetência finalizadora (dentro ou fora da área) e o segundo maioritariamente titular, como avançado (no eixo ou a partir de uma ala) com uma mobilidade e maturidade acima da média, estando em muitos dos golos que deram vitórias por margem mínima.

A "estrelinha" esteve várias vezes presente, como admitiu RA, mas o mérito foi muito superior à sorte, como justificação para este sucesso leonino.